Por onde andas avó com os teus cabelos de prata?
Deixaste a tua cadeira a balouçar no infinito do meu coração!
Para onde levaste as tuas mãos, o teu perfuma, a suavidade da tua pele?
As orquídeas estão em flôr. Sempre que as olho penso em ti, mais sinto-te por perto.
Porque deixaste a tua cadeira a balouçar no infinito do meu coração?
A tua partida sem avisar, só num sussurro criou o vazio numa parte de mim. Sempre que olho as orquídeas penso em ti e renasces num momento de sonho, que logo se apaga, porque está na minha frente a tua cadeira a baloiçar, a baloiçar no infinito do meu coração.
domingo, 30 de agosto de 2009
Gaiola dourada
Para lá do horizonte
há um horizonte sem fim
do tamanho da verdade
que é a saudade em mim
uma saudade inventada
das coisas que imagino
porque vivo engaiolada
numa gaiola dourada
a que chamam destino.
Para lá do horizonte
há um horizonte sem mim
do tamanho da verdade
que é a verdade sem fim
uma saudade inventada
porque nunca existiu
desta gaiola encantada
o horizonte fugiu!
há um horizonte sem fim
do tamanho da verdade
que é a saudade em mim
uma saudade inventada
das coisas que imagino
porque vivo engaiolada
numa gaiola dourada
a que chamam destino.
Para lá do horizonte
há um horizonte sem mim
do tamanho da verdade
que é a verdade sem fim
uma saudade inventada
porque nunca existiu
desta gaiola encantada
o horizonte fugiu!
Ferida no peito
Tenho esta ferida no peito
que me acompanha na vida
não sei se é meu o defeito
ou se é coisa parecida.
Sei que ando entristecida
sempre, sempre emudecida
tão cansada da vida.
Tenho esta ferida no peito
constantemente a sangrar,
contudo, camonho em frente
caga p´ra tudo, da gente
cega, perdida, dormente,
neste trite caminhar.
que me acompanha na vida
não sei se é meu o defeito
ou se é coisa parecida.
Sei que ando entristecida
sempre, sempre emudecida
tão cansada da vida.
Tenho esta ferida no peito
constantemente a sangrar,
contudo, camonho em frente
caga p´ra tudo, da gente
cega, perdida, dormente,
neste trite caminhar.
Linho branco
Linho branco onde me deito
bordado com fios de ternura
foi o tempo, foi a brancura
que te pôs assim macio?
Foi o gasto, foi a lonjura
de noites e noites a fio
em que tornaste a sua côr escura
em noites de desafio, a manotonia da vida, descolorida
em sonhos de desfastio
onde a imagem toma forma
povoa a solidão ao de leve
transforma o momento breve
num sono de ilusão
bordado com fios de ternura
foi o tempo, foi a brancura
que te pôs assim macio?
Foi o gasto, foi a lonjura
de noites e noites a fio
em que tornaste a sua côr escura
em noites de desafio, a manotonia da vida, descolorida
em sonhos de desfastio
onde a imagem toma forma
povoa a solidão ao de leve
transforma o momento breve
num sono de ilusão
Chuva
A chuva cái monótona no meu dia. cái monótona e fria. Morna de sono aqui estou nesta letargia.
A chuva cái monótona e fria. Neste dia tão parado, tão calmo, tão cheio de malancolia, morna de sono aqui estou à espera de um novo dia.
A chuva cái monótona e fria. Neste dia tão parado, tão calmo, tão cheio de malancolia, morna de sono aqui estou à espera de um novo dia.
Com asas
Com asas nas costas, alada
sentada na cadeira da ternura
vejo a vida com doçura
vejo a natureza a crescer
o perfume do mar a bater
no horizonte do céu
o vento do tempo a pairar
a luz no teu olhar
o calor do amor a avançar
sobre o meu colo cansado
tanto tempo amargurado
por não entender, tão ávida,
a dávida que é a vida!
sentada na cadeira da ternura
vejo a vida com doçura
vejo a natureza a crescer
o perfume do mar a bater
no horizonte do céu
o vento do tempo a pairar
a luz no teu olhar
o calor do amor a avançar
sobre o meu colo cansado
tanto tempo amargurado
por não entender, tão ávida,
a dávida que é a vida!
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Quimera
Cheguei ao cume da vida
passei a fase esquecida
porque louca, entontecida
tão depressa quis vivê-la.
Hoje montanha perdida
coberta de solidão
sonho o sonho, a quimera
dos anos de ilusão.
Mas conservo na minha mão
bemguardado o coração
como árvore já crescida
sedenta ainda de vida
de amor e de perdão.
Por ter voado tão alto
mais alto que a invenção
esta cabeça tão louca
nunca usou a razão.
passei a fase esquecida
porque louca, entontecida
tão depressa quis vivê-la.
Hoje montanha perdida
coberta de solidão
sonho o sonho, a quimera
dos anos de ilusão.
Mas conservo na minha mão
bemguardado o coração
como árvore já crescida
sedenta ainda de vida
de amor e de perdão.
Por ter voado tão alto
mais alto que a invenção
esta cabeça tão louca
nunca usou a razão.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Silêncio
O silêncio ergueu-se e muda fiquei
transida de frio e muda fiquei
espantada com a vida que nunca julguei
capaz de me dar um espinho tamanho
capaz de trazer o que nunca pensei.
O silêncio ergeu-se e naquele momento
percebi que a palavra, aquele lamento
contida num mundo de pensamento
era a chave perdida que nunca encontrei
para tornar a vida no que sempre sonhei.
O silêncio ergueu-se e muda fiquei
transida de frio e muda fiquei.
transida de frio e muda fiquei
espantada com a vida que nunca julguei
capaz de me dar um espinho tamanho
capaz de trazer o que nunca pensei.
O silêncio ergeu-se e naquele momento
percebi que a palavra, aquele lamento
contida num mundo de pensamento
era a chave perdida que nunca encontrei
para tornar a vida no que sempre sonhei.
O silêncio ergueu-se e muda fiquei
transida de frio e muda fiquei.
A música
Dancávamos devagar
os corações a palpitar,
a carne a sobejar,
tudo a rodopiar.
Era a paixão do momento,
os sentidos num tormento,
o extase a estravasar
duma música que sem parar
tocava ao sentimento
ao despudor
ao arrebatamento.
Foi nessa música de mar
com a lua a olhar,
sem vergonha e compaixão
que nos espojámos no chão
levantámps a poeira
soltámos o grito de dor,
dormimos a noite inteira.
os corações a palpitar,
a carne a sobejar,
tudo a rodopiar.
Era a paixão do momento,
os sentidos num tormento,
o extase a estravasar
duma música que sem parar
tocava ao sentimento
ao despudor
ao arrebatamento.
Foi nessa música de mar
com a lua a olhar,
sem vergonha e compaixão
que nos espojámos no chão
levantámps a poeira
soltámos o grito de dor,
dormimos a noite inteira.
Folhas no chão
Criaste um mundo de sonho
mas roubaram-te a ilusão,
voaste ao paraíso
cortaram-te a emoção,
ficaste com a asa partida
olhaste o espelho da vida
abriste de novo a ferida,
dolorosa, amarelecida
como as folhas no chão.
mas roubaram-te a ilusão,
voaste ao paraíso
cortaram-te a emoção,
ficaste com a asa partida
olhaste o espelho da vida
abriste de novo a ferida,
dolorosa, amarelecida
como as folhas no chão.
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Acerca de mim
- Camila Ataide
- Apaixonei-me pelo silêncio e a imensidão do deserto, olhei as estrelas e chorei sózinha, comigo mesma pela graça de estar viva.