A música toca devagarinho
quase em surdina
muito baixinho.
Não estás aqui perto de mim
mas onde estiveres
sei que é assim
ouves calado
lembras-te de mim
sorris embalado
com a ilusão
que ainda comandas
o meu coração.
sábado, 25 de julho de 2009
Duas fadas
Somos como duas fadas
a quem tiraram o condão
a quem cortaram as asas
e tiraram o coração
a quem feriram de morte
neste mundo sem perdão
onde a palavra sorte
é só pura ilusão.
a quem tiraram o condão
a quem cortaram as asas
e tiraram o coração
a quem feriram de morte
neste mundo sem perdão
onde a palavra sorte
é só pura ilusão.
Alma gémea
Alma gémea
onde vagueias?
No mar da ilusão?
Encontrei-te no pensamento
perdi-te na confusão.
Esta vida não perdoa
a quem sonha com o coração!
onde vagueias?
No mar da ilusão?
Encontrei-te no pensamento
perdi-te na confusão.
Esta vida não perdoa
a quem sonha com o coração!
Perfil
Nesse perfil incompreendido
olhos de imensidão
encontrei o desgosto
a dor em lenta combustão.
Casaste com o teu amor
perdeste a tua paixão.
olhos de imensidão
encontrei o desgosto
a dor em lenta combustão.
Casaste com o teu amor
perdeste a tua paixão.
Melro
O melro canta lá fora. Quem me dera ser melro para não ter a noção de fronteira, de barreira. Voar pelo horizonte da vida, entre uma aurora de professias e um crepúsculo de imensidão.
Ser melro é ter todas as cores e nenhuma, é o relâmpago de luz na plumagem, é o sol no bico amarelo. É ter a alegria na voz. É dá-la aos outros. É cantar mais forte e chegar mais depressa ao céu!
Ser melro é ter todas as cores e nenhuma, é o relâmpago de luz na plumagem, é o sol no bico amarelo. É ter a alegria na voz. É dá-la aos outros. É cantar mais forte e chegar mais depressa ao céu!
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Absurdo
Absurda parece a vida
quando passa desabrida
por entre os dedos da mão
sem deixar uma razão
para essa amargura contida
que fica sempre dorida
na linha do coração
Foi bom
Foi bom. Hoje foi bom. Tudo estava diferente; Nós também, mas alguma coisa de comum nos estremecia. Eram as lembranças..., o passeio pisado de outros passos que também caminharam connosco em pensamento; Foram os projectos já vividos, os caminhos percorridos, a ternura que ficou ou a esperança que perdura?! Foi o amor...
sábado, 18 de julho de 2009
Eternidade
Certa noite vi um dia
que uma estrela luzia
por cima da minha cabeça
no céu azul de cetim
brilhava como marfim.
Cá em baixo eu sofria
talvez adivinhando o fim
dessa estrela que luzia.
Não existe eternidade!
que uma estrela luzia
por cima da minha cabeça
no céu azul de cetim
brilhava como marfim.
Cá em baixo eu sofria
talvez adivinhando o fim
dessa estrela que luzia.
Não existe eternidade!
Amizade
Falei contigo... engraçado,
lembrei o tempo passado
felizes de juventude
sorriamos à vida
sentiamos virtude.
Cabelos ao vento
dançando ao relento
cantávamos cantigas
sem sofrimento.
Esse tempo ficou
no meu pensamento
como o melhor de mim
num dado momento.
Hoje, recordo
com grande alegria
ter sido possível
num certo dia
sentir a beleza
sem ambiguidade
de uma amizade feliz
com sinceridade.
lembrei o tempo passado
felizes de juventude
sorriamos à vida
sentiamos virtude.
Cabelos ao vento
dançando ao relento
cantávamos cantigas
sem sofrimento.
Esse tempo ficou
no meu pensamento
como o melhor de mim
num dado momento.
Hoje, recordo
com grande alegria
ter sido possível
num certo dia
sentir a beleza
sem ambiguidade
de uma amizade feliz
com sinceridade.
domingo, 12 de julho de 2009
Sonho de anjo
Como pétalas de uma flôr encantada
caídas num tapete de espuma
vi hoje, na bruma
os teus sonhos espalhados.
Tinham as cores tanta leveza
era tão pura a certeza
que uma fada ali sentada
com o espanto encimesmada
perguntou ao sol nascente:
" - Será que ainda há gente
que sonha um sonho de anjo
como este que aqui vejo?"
E o sol nascente sorriu
e com o dedo seguiu
o perfume do teu olhar.
Lume
Olho o lume, vejo a saudade de outro tempo que com suavidade me aconchega ao entardecer.
Vejo caras conhecidas, mãos queridas, o colo quente, o abraço de muitas vidas.
Vejo a ternura do olhar, o sorriso a despertar, a sabedoria de ser, a dor da despedida.
Vejo a minha vida a correr e a brevidade de ter, se um dia o lume se apagar.
Acordar
Segui a minha imagem e entrei.
Foi nesse bosque de frescura verde, ondulante, onde riscos de luz atravessavam o ar perfumado que me deitei numa cama de folhas. Apertei a erva com as mãos, ouvi os pássaros, senti o odor da humidade. Esqueci o tempo intemporal.
As copas das árvores rendilhavam o céu azul, o infinito.
Nesta solidão acompanhada ouvi a terra calada a cantar-me uma canção.
Foi assim que acordei.
sábado, 11 de julho de 2009
Mundo

Ontém fui à janela espreitar o mundo. Estava triste. Perguntei-lhe porquê? Ele mudo.
Hoje fui á janela espreitar o mundo. Não estava lá.
Se vires o mundo diz-lhe que a culpa não é dele é nossa.
Diz-lhe que não o temos sabido amar, mas que amanhã o vou buscar e com ele passear num campo de rosas. Vamos subir ao castelo do amor. Vamos navegar no mar verde da esperança da minha ilusão. Vamos correr, saltar, brincar, vamos encontrar o outro lado, o paraíso.
Se vires o mundo diz-lhe que estou à espera.
Sonho
Zangada com a vida fui passear no jardim da minha imaginação. Estava envolto em mistério.
Na penumbra do incosciente encontrei-te. Eras tu, essa imagem que sempre perssegui mas nunca cruzei na realidade. Cobrea-te o véu da sabedoria, andavas com harmonia e gestos de compreensão. As tuas formas eram perfeitas e a tua voz encantava-me. Nunca mais me aproximava e tu distante mas tão perto.
Nesse jardim de paraíso, onde tudo é possível, mais uma vez o nosso encontro foi adiado porque nesse momento perfeito deixei de sonhar.
Véu de maresia
Cobre-me um véu de maresia. A humidade cai. Esfria.
Cobre-me um véu de maresia...
Tenho os cabelos molhados, salgados, o coração perdido. Esfria.
Na penumbra dos meus dias ando às cegas procurando por ti. Sei que existes.
Na penumbra dos meus dias cobre-me um véu de maresia. Esfria.
Será esta uma manhã de nevoeiro?.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Quem me dera ser assim...
Atravessas a rua com o teu corpo de serpente mas macio, quente. A tua pele acetinada cheira a chuva molhada e nos cabelos tens as cores do arco-íris.
Como és feiticeira fazes um feitiço e transformas a vida com um sorriso.
Quem me dera ser assim, ter o teu gargalhar, o movimento de mar e amornar o que está frio.
Se um dia voltar a nascer, quero ter o teu andar, a tua voz a murmurar, a tua completa alegria e de manhã ao acordar espalhar estrelas no ar.
Se um dia voltar a nascer quero ter o teu olhar, o teu doce sussurrar e à noite quando me deitar a lua comigo levar e com ela navegar no eterno sonho do amor.
tributo
Sim vou-me embora. Acendo um cigarro e caminho, caminho... a noite vai chegando; É uma noite sem lua mas com o céu vivo de estrelas. Paro. Olho o chão. Está escuro. Volto-me para o infinito e ele cobre-me. Esse céu vivo de estrelas. Vejo nele reflectida a minha insegurança, o meu passado e ver é já conquistar, possuir.
Possuir porque o passado sou eu que tremelico como as estrelas. Conquistar porque caminho e vou em frente subjugando o futuro...
Sim vou-me embora. Acendo um cigarro. É numa noite sem lua mas com o céu vivo de estrelas que parto para a descoberta.
Possuir porque o passado sou eu que tremelico como as estrelas. Conquistar porque caminho e vou em frente subjugando o futuro...
Sim vou-me embora. Acendo um cigarro. É numa noite sem lua mas com o céu vivo de estrelas que parto para a descoberta.
Transparências
Deixo-me transportar nesta corrente de leveza suave que me conduz ao outro lado. Ao bosque da frescura, onde o verde existe, a sombra acalma, os pássaros cantam, o sol espreita. A água límpida da minha vida corre ao contrário, para a nascente do mistério, onde mulheres com ancas largas dançam a dança do mundo, tremelicando pulseiras de sabedoria, cobertas de transparências que esvoaçam com a música do sonho, onde a côr se desfaz na penumbra do desconhecido.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Lembranças

Lembranças são fios de memória que se estendem até mim, como as tuas mãos. São carinhos que me faço, são tormentos que me rasgam, são momentos que ficaram e se desenrolam como novelo de tempo, se desenrolam..., sem pressa ou com a velocidade do relâmpago.
As lembranças atormentam-me incessantemente... Serei eu que as procuro como refúgio, tal e qual as tuas mãos?
Muitas vezes as lembranças são amargas. Dessas fujo assustada, escondo a cara nas tuas mãos.
As minhas lembranças vão dar sempre às tuas mãos, as mãos da minha memória.
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Acerca de mim
- Camila Ataide
- Apaixonei-me pelo silêncio e a imensidão do deserto, olhei as estrelas e chorei sózinha, comigo mesma pela graça de estar viva.